quarta-feira, 2 de maio de 2007

Mais Martha Medeiros

Eu amo esta mulher desvairadamente.
Não, não sou lésbica.
Eu amo a poesia e a atitude da Martha. Ela me parece uma reencarnação da Simone de Bueavoir, só que mais sensível e menos radical.
Com Vocês, a sabedoria da Martha:

"Existem duas dores de amor. A primeira é quando a relação termina e a gente, continuando a amar, tem que se habituar com a ausência do outro, com a falta de perspectiva, ainda estamos tão envolvidos que não conseguimos ver luz no fundo do túnel.

A segunda dor é quando começamos a ver a luz no fim do túnel. Deve achar que eu bebi. Se estamos a ver a luz, adeus dor, não seria assim? Mais ou menos. Há, como falei, duas dores. A mais dilacerante é a dor física da falta de beijos e abraços, a dor de quando deixamos de ser importantes para o ser amado. Mas quando esta dor passa, começamos um outro ritual de despedida: a dor de abandonar o amor que sentíamos. A dor de esvaziar o coração, de remover a saudade, de ficar livre, sem sentimento especial por ninguém. Dói também.

Na verdade, ficamos presos ao amor tanto quanto à pessoa que o gerou. Muitas pessoas reclamam por não conseguir se desprender de alguém. É que, sem se darem conta, não querem se desprender. Aquele amor, mesmo não retribuído, tornou-se uma recordação de uma época bonita que foi vivida, passou a ser um bem de valor inestimável, é uma sensação com a qual a gente se apega. Faz parte de nós. Queremos, logicamente, voltar a ser alegres e disponíveis, mas para isso é preciso abrir mão de algo que nos foi caro por muito tempo, que de certa maneira se entranhou em nós e que só com muito esforço é possível libertar. É uma dor mais amena, quase imperceptível. Talvez, por isso, costuma durar mais do que a dor-de-cotovelo propriamente dita.

É uma dor que nos confunde. Parece ser aquela mesma dor primeira, mas já é outra. A pessoa que nos deixou já não nos interessa mais, mas interessa o amor que sentíamos por ela, aquele amor que nos justificava como seres humanos, que nos colocava dentro das estatísticas: eu amo, logo existo. Despedir-se de um amor é despedir-se de si mesmo. É o arremate de uma história que terminou, externamente, sem nossa concordância, mas que precisa também sair de dentro de nós.

E só então se poderá amar, de novo!!!"

APLAUSOS PARA A MADAME MEDEIROS!!!!

Um comentário:

Adriane T�pias - JESUS ME FAZ FELIZ !!! disse...

AATMartha Medeiros é o meu pseudônimo.
O nome verddeiro é ADRIANE. rsrsrsrsrsrsrs.

*Hoje, dá para rir.Mas na época doeu pra burro!!!