quarta-feira, 23 de maio de 2007

Mulher de Dieta


Acreditem, mulher de dieta é pior do que mulher na TPM. A não ser, claro, as modelos e tops de hollywood pra quem anorexia não é doença e sim estilo de vida. Eca.
Comecei um programa nuticional ( eufemismo pra "dieta") por que meu colesterol subiu muito.
Ok, OK, eu estou realmente gordinha, passei das medidas literalmente. Mas o meu colesterol tem nome, o triglicérides é o nome do meio e a taxa glicêmica alta é o sobrenome. Melhor manter em segredo por questão de discrição. Ninguém merece ser traído. Nem mesmo ele que traiu o que dizia sentir por mim. Se é que sentia algo...
Bom, agora, usando o clichê, vou pegar o limão e fazer a limonada. Com adoçante.
A powerful Carol ( a nutrigirl) me disse que em Novembro eu devo estar no meu peso, se eu fizer direitinho o que ela determinou. Vou me esforçar para tanto.
Depois eu parto pra limonada... mas por enquanto é segredo porque a internet tem olhos pra todos os lados!

terça-feira, 15 de maio de 2007

Da loucura e da dignidade


"A loucura ou insânia é uma condição da mente humana caracterizada por pensamentos considerados "anormais" pela sociedade. É resultado de doença mental, quando não é classificada como a própria doença. A verdadeira constatação da insanidade mental de um indivíduo só pode ser feita por especialistas em psiquiatria clínica.

Em algumas visões sobre loucura, não quer dizer que a pessoa está doente de mente, mas pode simplesmente ser uma maneira diferente de ser julgado pela sociedade. Na visão da lei civil, a insanidade revoga obrigações legais e até atos cometidos contra a sociedade civil com diagnóstico prévio de psicólogos, julgados então como insanidade mental." ( From Wikipedia )

"Esta espécie de loucura

Esta espécie de loucura
Que é pouco chamar talento
E que brilha em mim, na escura
Confusão do pensamento,
Não me traz felicidade;
Porque, enfim, sempre haverá
Sol ou sombra na cidade.
Mas em mim não sei o que há."

Fernando Pessoa


A quem quer que leia isto... é fato:
Estou ficando louca sem ele. Mas com ele, é renunciar ao amor por mim.
Então, eis-me na fatal encruzilhada:
Enlouquecer, mantendo-me uma digna, reta e proba insana
Ou matar meu respeito e mergulhar numa serena, sã e pacífica
indigndade?

sexta-feira, 11 de maio de 2007

A Fênix

Como Fênix, estou buscando incendiar-me.
Quero virar cinzas, voltar ao pó.
Misturar esse pó primordial com água,
virar barro e remoldar-me.
Entretanto, como avisar ao corpo e
a este maldito instinto de preservação
que é preciso deixar que lhe ateiem fogo?
Que este fogo não destrói, ele apenas reduz
àquilo que eu era e sempre fui. Àquilo que sou
Minha essência.
Não tenho nada que preservar agora. Só se for
pra preservar a dor.
E isso, não não quero, muito obrigado.
E no entanto, talvez seja a dor a centelha
ígnea para queimar esta lenha velha e chata
que quero matéria prima de novo.
Dificil tarefa, refazer-se.
Mergulhar no caos e no caos achar, no meio
da massa informe, o ponto final e inicial
Juntar o começo e o fim, virar oroboro.
Surgir das cinzas, pura fênix.
Refeita. Renovada. Inteira.

Sono....
Passa da meia noite.
E o remédio começa a fazer efeito.

Serginho, me deixa dormir desta vez...

Álvaro de Campos

Cruzou por mim, veio ter comigo, numa rua da Baixa
Aquele homem mal vestido, pedinte por profissão que se lhe vê na cara,
Que simpatiza comigo e eu simpatizo com ele;
E reciprocamente, num gesto largo, transbordante, dei-lhe tudo quanto tinha
(Exceto, naturalmente, o que estava na algibeira onde trago mais dinheiro:
Não sou parvo nem romancista russo, aplicado,
E romantismo, sim, mas devagar...).
Sinto uma simpatia por essa gente toda,
Sobretudo quando não merece simpatia.
Sim, eu sou também vadio e pedinte,
E sou-o também por minha culpa.
Ser vadio e pedinte não é ser vadio e pedinte:
E' estar ao lado da escala social,
E' não ser adaptável às normas da vida,
'As normas reais ou sentimentais da vida -
Não ser Juiz do Supremo, empregado certo, prostituta,
Não ser pobre a valer, operário explorado,
Não ser doente de uma doença incurável,
Não ser sedento da justiça, ou capitão de cavalaria,
Não ser, enfim, aquelas pessoas sociais dos novelistas
Que se fartam de letras porque tem razão para chorar lagrimas,
E se revoltam contra a vida social porque tem razão para isso supor.
Não: tudo menos ter razão!
Tudo menos importar-se com a humanidade!
Tudo menos ceder ao humanitarismo!
De que serve uma sensação se ha uma razão exterior a ela?
Sim, ser vadio e pedinte, como eu sou,
Não é ser vadio e pedinte, o que é corrente:
E' ser isolado na alma, e isso é que é ser vadio,
E' ter que pedir aos dias que passem, e nos deixem, e isso é que é ser pedinte.
Tudo o mais é estúpido como um Dostoiewski ou um Gorki.
Tudo o mais é ter fome ou não ter o que vestir.
E, mesmo que isso aconteça, isso acontece a tanta gente
Que nem vale a pena ter pena da gente a quem isso acontece.
Sou vadio e pedinte a valer, isto é, no sentido translato,
E estou-me rebolando numa grande caridade por mim.
Coitado do Álvaro de Campos!
Tão isolado na vida! Tão deprimido nas sensações!
Coitado dele, enfiado na poltrona da sua melancolia!
Coitado dele, que com lagrimas (autenticas) nos olhos,
Deu hoje, num gesto largo, liberal e moscovita,
Tudo quanto tinha, na algibeira em que tinha olhos tristes por profissão
Coitado do Álvaro de Campos, com quem ninguém se importa!
Coitado dele que tem tanta pena de si mesmo!
E, sim, coitado dele!
Mais coitado dele que de muitos que são vadios e vadiam,
Que são pedintes e pedem,
Porque a alma humana é um abismo.
Eu é que sei. Coitado dele!
Que bom poder-me revoltar num comício dentro de minha alma!
Mas até nem parvo sou!
Nem tenho a defesa de poder ter opiniões sociais.
Não tenho, mesmo, defesa nenhuma: sou lúcido.
Não me queiram converter a convicção: sou lúcido!
Já disse: sou lúcido.
Nada de estéticas com coração: sou lúcido.
Merda! Sou lúcido.

terça-feira, 8 de maio de 2007

Contrariedades

Contrariedades

Eu hoje estou cruel, frenético, exigente;
Nem posso tolerar os livros mais bizarros.
Incrível! Já fumei três maços de cigarros
Consecutivamente.

Dói-me a cabeça. Abafo uns desesperos mudos:
Tanta depravação nos usos, nos costumes!
Amo, insensatamente, os ácidos, os gumes
E os ângulos agudos.

Sentei-me à secretária. Ali defronte mora
Uma infeliz, sem peito, os dois pulmões doentes;
Sofre de faltas de ar, morreram-lhe os parentes
E engoma para fora.

Pobre esqueleto branco entre as nevadas roupas!
Tão lívida! O doutor deixou-a. Mortifica.
Lidando sempre! E deve conta à botica!
Mal ganha para sopas...

O obstáculo estimula, torna-nos perversos;
Agora sinto-me eu cheio de raivas frias,
Por causa dum jornal me rejeitar, há dias,
Um folhetim de versos.

Que mau humor! Rasguei uma epopeia morta
No fundo da gaveta. O que produz o estudo?
Mais uma redacção, das que elogiam tudo,
Me tem fechado a porta.

A crítica segundo o método de Taine
Ignoram-na. Juntei numa fogueira imensa
Muitíssimos papéis inéditos. A Imprensa
Vale um desdém solene.

Com raras excepções, merece-me o epigrama.
Deu meia-noite; e a paz pela calçada abaixo,
Um sol-e-dó. Chovisca. O populacho
Diverte-se na lama.

Eu nunca dediquei poemas às fortunas,
Mas sim, por deferência, a amigos ou a artistas.
Independente! Só por isso os jornalistas
Me negam as colunas.

Receiam que o assinante ingénuo os abandone,
Se forem publicar tais coisas, tais autores.
Arte? Não lhes convém, visto que os seus leitores
Deliram por Zaccone.

Um prosador qualquer desfruta fama honrosa,
Obtém dinheiro, arranja a sua "coterie";
E a mim, não há questão que mais me contrarie
Do que escrever em prosa.

A adulaçãao repugna aos sentimento finos;
Eu raramente falo aos nossos literatos,
E apuro-me em lançar originais e exactos,
Os meus alexandrinos...

E a tísica? Fechada, e com o ferro aceso!
Ignora que a asfixia a combustão das brasas,
Não foge do estendal que lhe humedece as casas,
E fina-se ao desprezo!

Mantém-se a chá e pão! Antes entrar na cova.
Esvai-se; e todavia, à tarde, fracamente,
Oiço-a cantarolar uma canção plangente
Duma opereta nova!

Perfeitamente. Vou findar sem azedume.
Quem sabe se depois, eu rico e noutros climas,
Conseguirei reler essas antigas rimas,
Impressas em volume?

Nas letras eu conheço um campo de manobras;
Emprega-se a "réclame", a intriga, o anúncio, a "blague",
E esta poesia pede um editor que pague
Todas as minhas obras...

E estou melhor; passou-me a cólera. E a vizinha?
A pobre engomadeira ir-se-á deitar sem ceia?
Vejo-lhe a luz no quarto. Inda trabalha. É feia...
Que mundo! Coitadinha!



Um dos meus poetas mais amados. E eis meu poema favorito de Cesário. Graças a ele e a um Outro, chamado " Ele: O Diário" Recebi um dos maiores elogios durante minha vida acadêmica.

Sobre decisões, tempo , distância e interesse

Às vezes é difícil tomar uma decisão. Especialmente quando a decisão é se afastar de algo que se ama muito. Mas se eu não me distanciar, nunca conseguirei me recompor.
Sou tão expansiva que quando quero me recolher, as pessoas acham que estou doente, obsidiada, que estou mal. Hellooooooooooooooo! Extrovertidos também precisam de tempo a sós. Aliás, bem mais do que os introvertidos que fazem isso o tempo todo.

Tempo é algo que me escapa cada vez mais. Já já estou nos quarenta. Olho para meus irmãos mais velhos, eles estão com mais de sessenta... qualquer hora, estarei só. Sei que avida não acaba e sim se renova, mas cada caminhada é única.

Sinto-me só.

Olho meu amigos de verdade. Todos são de longa data. Isso me deixa muito feliz pois significa que plantei amor e ele está voltando pra mim.

Me enojam as pessoas que se aliam a outras por interesse egoísta e tem a cara de pau de chamar isso de amizade. O consolo é saber que daqui a alguns anos, não vai haver gente procurando essas pessoas e que toda máscara cai, cedo ou tarde.

Não sei se estou triste, masno momento, sinto-me azeda.
Onde a doçura?

quinta-feira, 3 de maio de 2007

Muito próprio pra quem está indo pros 40...

Só podia ser do A. Blanc. Eu estou sensível demais esses dias...

Resposta ao Tempo
Nana Caymmi
Composição: Aldir Blanc/Cristovão Bastos

Batidas na porta da frente
É o tempo
Eu bebo um pouquinho pra ter argumento
Mas fico sem jeito, calado, ele ri
Ele zomba do quanto eu chorei
Porque sabe passar e eu não sei

Num dia azul de verão, sinto o vento
Há folhas no meu coração
É o tempo
Recordo um amor que perdi, ele ri
Diz que somos iguais, se eu notei
Pois não sabe ficar e eu também não sei
E gira em volta de mim
Sussurra que apaga os caminhos
Que amores terminam no escuro
Sozinhos

Respondo que ele aprisiona, eu liberto
Que ele adormece as paixões, eu desperto
E o tempo se rói com inveja de mim
Me vigia querendo aprender
Como eu morro de amor pra tentar reviver
No fundo é uma eterna criança
Que não soube amadurecer
Eu posso, e ele não vai poder, me esquecer

Respondo que ele aprisiona, eu liberto
Que ele adormece as paixões, eu desperto
E o tempo se rói com inveja de mim
Me vigia querendo aprender
Como eu morro de amor pra tentar reviver
No fundo é uma eterna criança
Que não soube amadurecer
Eu posso, e ele não vai poder, me esquecer
No fundo é uma eterna criança
Que não soube amadurecer
Eu posso, ele não vai poder, me esquecer

quarta-feira, 2 de maio de 2007

Mais Martha Medeiros

Eu amo esta mulher desvairadamente.
Não, não sou lésbica.
Eu amo a poesia e a atitude da Martha. Ela me parece uma reencarnação da Simone de Bueavoir, só que mais sensível e menos radical.
Com Vocês, a sabedoria da Martha:

"Existem duas dores de amor. A primeira é quando a relação termina e a gente, continuando a amar, tem que se habituar com a ausência do outro, com a falta de perspectiva, ainda estamos tão envolvidos que não conseguimos ver luz no fundo do túnel.

A segunda dor é quando começamos a ver a luz no fim do túnel. Deve achar que eu bebi. Se estamos a ver a luz, adeus dor, não seria assim? Mais ou menos. Há, como falei, duas dores. A mais dilacerante é a dor física da falta de beijos e abraços, a dor de quando deixamos de ser importantes para o ser amado. Mas quando esta dor passa, começamos um outro ritual de despedida: a dor de abandonar o amor que sentíamos. A dor de esvaziar o coração, de remover a saudade, de ficar livre, sem sentimento especial por ninguém. Dói também.

Na verdade, ficamos presos ao amor tanto quanto à pessoa que o gerou. Muitas pessoas reclamam por não conseguir se desprender de alguém. É que, sem se darem conta, não querem se desprender. Aquele amor, mesmo não retribuído, tornou-se uma recordação de uma época bonita que foi vivida, passou a ser um bem de valor inestimável, é uma sensação com a qual a gente se apega. Faz parte de nós. Queremos, logicamente, voltar a ser alegres e disponíveis, mas para isso é preciso abrir mão de algo que nos foi caro por muito tempo, que de certa maneira se entranhou em nós e que só com muito esforço é possível libertar. É uma dor mais amena, quase imperceptível. Talvez, por isso, costuma durar mais do que a dor-de-cotovelo propriamente dita.

É uma dor que nos confunde. Parece ser aquela mesma dor primeira, mas já é outra. A pessoa que nos deixou já não nos interessa mais, mas interessa o amor que sentíamos por ela, aquele amor que nos justificava como seres humanos, que nos colocava dentro das estatísticas: eu amo, logo existo. Despedir-se de um amor é despedir-se de si mesmo. É o arremate de uma história que terminou, externamente, sem nossa concordância, mas que precisa também sair de dentro de nós.

E só então se poderá amar, de novo!!!"

APLAUSOS PARA A MADAME MEDEIROS!!!!

Martha Medeiros

Pra me conquistar...
Martha Medeiros
pra me conquistar
basta dizer tudo aquilo
que nunca ouvi de ninguém
vestir como homem e não como gay
me tocar sem medo, sem segredo
entrar e sair da rotina sem que eu note
me levar para lugares exóticos
e lugares comuns
saber ficar em silêncio e assim me dizer tudo
gostar de rock como eu gosto
e de coisas que eu não gosto
compreender a vida como é
e buscar o outro lado
saber a hora exata de ficar
e ir embora
mas não vá

Boa Noite...


A Lua Que eu te dei
(Canta: Ivete Sangalo - Compositor... não faço idéia)

Posso te falar dos sonhos, das flores
de como a cidade mudou
posso te falar do medo, do meu desejo
do meu amor
Posso falar da tarde que cai
E aos poucos deixa ver no céu a Lua
Que um dia eu te dei

Gosto de fechar os olhos
Fugir do tempo, de me perder
Posso até perder a hora
Mas sei que já passou das seis
Sei que não há no mundo
Quem possa te dizer
Que não é tua a Lua que eu te dei
Pra brilhar por onde você for
Me queira bem
Durma bem
Meu Amor


Eu posso falar da tarde que cai
E aos poucos deixa ver no céu a Lua
Que um dia eu te dei
Pra brilhar
Por onde você for
Me queira bem
Durma bem
Meu amor
Durma bem
Me queira bem
Meu Amor